O Governo do Distrito Federal está precavido em relação à ocorrência da doença respiratória causada pelo coronavírus (Covid-19) no Brasil. Mesmo sem casos confirmados de transmissão do vírus no território da capital, a Secretaria de Saúde do DF já preparou plano de ação e resposta para possíveis ocorrências (tire suas dúvidas sobre coronavírus).
A rede pública está preparada para atender a eventuais confirmações de pacientes infectados pelo coronavírus. O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a possível ocorrência do vírus, está com um andar isolado exclusivamente para atendimento. O Hospital de Base dispõe de metade de um andar disponível para o mesmo tipo de situação.
Os casos suspeitos, prováveis e confirmados precisam ser notificados à Secretaria de Saúde em até 24 horas, mesmo se o atendimento for na rede particular.
“O Distrito Federal está totalmente organizado na questão dos atendimentos aos pacientes com suspeita de Coronavírus. Temos distribuição de atendimento na questão assistencial bem como na questão de Vigilância à Saúde. Foi montado um centro de operação de emergência para que a gente pudesse monitorar os casos, dos que estão aqui ou chegando de outros lugares do país ou do exterior”, explica o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.
No DF, a pasta segue as recomendações do Ministério da Saúde e monitora a situação, diariamente, por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs-DF). Neste contexto, foi criado um Plano de Contingência que sistematiza ações e procedimentos de resposta. O texto pode ser alterado conforme mudanças na situação da doença na capital, que é monitorada periodicamente.
Parceria com o Aeroporto de Brasília
Administradora do Aeroporto de Brasília, o grupo Inframerica vai disponibilizar uma estrutura para o atendimento a passageiros que desembarquem do exterior com sintomas do vírus. Em parceria com a Secretaria de Saúde, o aeroporto vai dispor de um espaço de atendimento e triagem daqueles em situação suspeita.
“Nossa equipe estará a postos para prestar o atendimento que os médicos da Inframérica acharem que vale uma investigação mais apurada, no momento da triagem dos passageiros que estejam chegando do exterior. Se houver necessidade eles serão encaminhados para a rede pública de saúde”, afirma Osnei Okumoto.
Os médicos da administradora do aeroporto farão a primeira abordagem aos passageiros, com checagem sobre sintomas. A comunicação será feita em parceria com as companhias aéreas. Para o transporte de pessoas com suspeita de terem contraído o vírus será utilizada uma viatura dos Bombeiros até a unidade hospitalar recomendada.
Tire suas dúvidas sobre o novo Coronavírus:
O que é o coronavírus (Covid-19)?
É um vírus que causa doença respiratória com sintomas semelhantes a um resfriado (febre, tosse, dificuldade em respirar), podendo também causar pneumonia. A China é, até o momento, o único país considerado como área de transmissão ativa da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O agente foi descoberto em dezembro de 2019 após casos registrados no país asiático.
Quais os tipos de coronavírus conhecidos?
SARS-CoV-2: novo tipo de vírus do agente coronavírus, chamado de novo coronavírus, surgido na China em 31 de dezembro de 2019
Alpha coronavírus 229E e NL63
Beta coronavírus OC43 e HKU1
SARS-CoV (causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave ou SARS)
MERS-CoV (causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio ou MERS)
Como o Coronavírus é transmitido?
O vírus é recente e as investigações sobre as formas de transmissão ainda estão em andamento. Sabe-se que a disseminação ocorre de pessoa para pessoa, por gotículas respiratórias ou contato direto. Qualquer pessoa que tiver contato próximo de aproximadamente 1 metro com alguém com sintomas respiratórios está exposta ao risco de infecção.
Não está claro, no entanto, com que facilidade o vírus se espalha de pessoa para pessoa. A transmissão costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva e catarro. Ele pode ser transmitido por tosse, espirros ou contato de objetos ou mãos contaminadas com a boca, o nariz e os olhos.
Segundo as organizações e entidades de saúde, o coronavírus tem uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe. Assim, o risco de uma circulação mundial intensa é menor.
O que fazer para evitar a transmissão do coronavírus?
– É recomendável lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, principalmente antes de ingerir alimentos ou após utilizar transporte público e visitar locais com grande fluxo de pessoas (mercados, shoppings, cinemas, teatros, aeroportos e rodoviárias). Em caso de não possuir água e sabão, utilizar álcool e gel a 70%;
– Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos com outras pessoas. Evite tocar as mucosas dos olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam higienizadas;
– Ao tossir, proteja a boca e o nariz com um lenço de papel ou o braço;
– Evite contato com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença (febre, tosse, dificuldade em respirar);
– Mantenha ambientes bem ventilados;
– Evite contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
Como é o diagnóstico do coronavírus?
Com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras, que são encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
O exame de biologia molecular confirma ou não a doença.
Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.
Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).
Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
Estou com possibilidade ou suspeita de sintomas do vírus. Qual unidade pública do Distrito Federal devo procurar?
O usuário com suspeita do Coronavírus seguirá o fluxo assistencial estabelecido conforme os níveis de resposta. Poderá ser acolhido em qualquer Unidade Básica de Saúde, devendo procurar a mais próxima de sua residência.
Os casos suspeitos que não possuam sinais de gravidade, como dispnéia, desconforto respiratório e exacerbação de doença preexistente, poderão ser encaminhados para isolamento domiciliar.
Os casos de pacientes com sinais de gravidade ou imunossuprimidos (pacientes com HIV/Aids, pacientes onco-hematológicos, em uso de corticoesteróidos ou de imunobiológicos) serão encaminhados para internação nas unidades de referência:
– Adulto imunocompetente: Hospital Regional da Asa Norte e, em caso de confirmação de transmissão local, demais hospitais regionais
– adulto imunossuprimido: Hospital de Base (Iges-DF)
– Criança (até 13 anos, 11 meses e 29 dias): Hospital Materno Infantil (Hmib)
– Gestantes: Hospital Materno Infantil (Hmib)
Vou viajar para um país em que houve contaminação. O que fazer?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda restrição de viagem até o momento. A orientação do Ministério da Saúde, porém, é de que viagens para a China, único país com transmissão local da doença, sejam realizadas somente em casos de extrema necessidade.
Viajei para a China recentemente. Como devo proceder?
Quem viajou a China deve ficar atento a algumas situações: alteração de saúde, principalmente nos primeiros 14 dias após o retorno da viagem à China. Caso apresente febre, tosse, dificuldade em respirar ou outros sintomas respiratórios procure o atendimento médico. Deve-se evitar ambientes fechados e aglomerados e não viajar enquanto estiver doente.
É possível ser contaminado pelo vírus em caso de contato com produtos e embalagens enviados da China?
A Organização Mundial da Saúde desaconselha a aplicação de quaisquer restrições ao comércio, frisando que é seguro receber encomendas do país asiático ou de outros com casos notificados confirmados. Experiências anteriores mostram que outros tipos de coronavírus não sobrevivem por muito tempo em objetos e pacotes.
Matéria atualizada às 23h28
* Com informações do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária